- A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.Até agora. Agora, quando minha filha de quase 18 anos começa a dar vôos-solo....Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.Uma batalha hercúlea, confesso.Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara.Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.Antes que alguma mãe apressada me acuse de desamor, explico o que significa isso.Ser “desnecessária” é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.Ao aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar."Dê a quem você ama:Asas para voar...Raízes para voltar...Motivos para ficar..."Mª Cláudia Perezi SagionettiMédica Pediatra - CRM - MT 3626
Prece Irlandesa: Que a estrada se abra à sua frente, Que o vento sopre levemente em suas costas, Que o sol brilhe morno e suave em sua face, Que a chuva caia de mansinho em seus campos, E, até que nos encontremos, de novo... Que Deus lhe guarde nas palmas de suas mãos!
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